Mau hálito: causas e tratamento

por Giliano Verzeletti
19 de setembro de 2024

Halitose

Halitose, ou mau hálito, é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode ter um impacto significativo na autoestima e nas relações interpessoais. Comumente, ela é causada pela presença de compostos sulfurados voláteis (CSV) liberados por bactérias presentes na cavidade oral, mas suas origens podem ser tanto intraorais quanto extraorais. Com o avanço do conhecimento, a compreensão das causas e tratamentos da halitose têm se aprofundado, proporcionando melhores soluções para os pacientes.

Causas da halitose

A maioria dos casos de halitose está relacionada a causas intraorais (bucais), sendo as doenças periodontais, a língua saburrosa e a má higiene bucal os fatores mais frequentes. Estudos indicam que cerca de 85% dos casos de halitose são atribuídos à atividade bacteriana na boca, especialmente nas superfícies dentais e na língua. Essas bactérias, especialmente as anaeróbias, metabolizam proteínas presentes na saliva, alimentos e células descamadas, liberando CSV, como o sulfeto de hidrogênio e o metilmercaptano, que são os principais responsáveis pelo odor desagradável.

 Além disso, a língua é uma das principais fontes de mau hálito. A saburra lingual, uma camada esbranquiçada que se forma na parte posterior da língua, é composta por restos alimentares, células mortas e microrganismos. Estudos mostraram que a limpeza adequada da língua pode reduzir significativamente os níveis de CSV na cavidade oral, minimizando a halitose. É importante, portanto, incluir essa prática na rotina de higiene bucal para evitar a proliferação bacteriana.

Em paralelo, as doenças periodontais, como gengivite e periodontite, são causas comuns de halitose. Nessas condições, a inflamação das gengivas e a destruição dos tecidos de suporte dos dentes favorecem o acúmulo de biofilme bacteriano e o desenvolvimento de ambientes anaeróbios, ideais para a produção de compostos odoríferos. O tratamento periodontal eficaz, associado à manutenção de uma boa higiene bucal, é essencial para controlar esses casos.

Exame de sondagem em área de periodontite

Imagem: Giliano Verzeletti

 

Halitose de causas extraorais

Embora menos comuns, as causas extraorais de halitose também devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. Essas causas incluem doenças respiratórias, como sinusite e amigdalite, bem como problemas gastrointestinais, como o refluxo gastroesofágico. Nesses casos, o tratamento da condição subjacente geralmente resolve o problema do mau hálito. Além disso, condições metabólicas, como diabetes descontrolada, podem gerar um odor cetônico característico no hálito.

Diagnóstico

O diagnóstico preciso da halitose é essencial para determinar a causa subjacente e instituir o tratamento adequado. A avaliação começa com uma investigação detalhada e um exame clínico completo, que inclui a inspeção da cavidade oral, gengivas, língua e garganta. Um dos métodos mais comuns para o diagnóstico é a medição organoléptica, onde avaliamos o odor exalado diretamente do paciente. Adicionalmente, utilizamos halímetros para detectar compostos sulfurados voláteis (CSV) e a cromatografia gasosa, também podem ser utilizados em casos mais complexos. Além disso, exames auxiliares, como testes microbiológicos e de saliva, podem ajudar a identificar a presença de bactérias que contribuem para o mau hálito. Essas abordagens permitem uma análise mais detalhada e direcionada, promovendo um tratamento mais eficaz e personalizado para cada paciente.

Utilização do Halimeter para determinação dos CSV

 

Tratamentos para halitose

O tratamento da halitose depende, em grande parte, de sua causa subjacente. Para casos de halitose com origem intraoral, a manutenção de uma rotina de higiene bucal adequada é fundamental. Isso inclui a escovação regular dos dentes, uso de fio dental e limpeza da língua. O uso de enxaguantes bucais contendo clorexidina, óleos essenciais ou zinco pode ajudar a reduzir temporariamente os compostos sulfurados voláteis, embora o uso prolongado de alguns desses produtos possa ter efeitos adversos.

Nos casos de halitose decorrente de doenças periodontais, o tratamento periodontal é essencial para remover o biofilme bacteriano e controlar a inflamação gengival. A terapia pode incluir raspagem e alisamento radicular, além de procedimentos cirúrgicos, quando necessário, para controlar bolsas periodontais profundas.

Para pacientes que apresentam halitose relacionada a distúrbios sistêmicos, o tratamento médico é essencial. Por exemplo, no caso do refluxo gastroesofágico, o tratamento médico com inibidores de bomba de prótons pode ajudar a controlar os episódios de refluxo e, consequentemente, a halitose associada.

Em suma

A halitose é uma condição  que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. Felizmente, com uma compreensão adequada de suas causas e a adoção de estratégias preventivas e terapêuticas adequadas, é possível controlar efetivamente o problema. Em nossa clínica, dispomos de serviço especializado e pioneiro na região, focado no diagnóstico e tratamento do mau hálito.

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